domingo, 17 de fevereiro de 2013

O SAMPAIO MOREIRA JÁ FOI REI





Olhe bem para esses prédios acima. Esqueça a aparente superioridade das duas construções contemporâneas e preste atenção no “velhinho”, que está no centro. Pois bem, um dia, este que agora passa despercebido pela maioria dos paulistanos foi o primeiro grande edifício de São Paulo. Seu nome de “batismo” é Prédio Sampaio Moreira.

Agora tente imaginar a capital paulista em 1924 e, de repente, a paisagem da Rua Líbero Badaró é transformada por uma construção com doze pavimentos e cinqüenta metros de altura. O mais alto edifício de São Paulo. A construção é primorosa, detalhada, a fachada modificando-se nos diferentes andares.


Sampaio Correia, o edifício, recebeu o nome do proprietário e sabe-se que a família foi dona de muitos terrenos no Tatuapé. O prédio foi desapropriado e já foi noticiada a restauração e até o funcionamento de uma Secretaria Municipal para ocupar o espaço. Por enquanto, o prédio está fechado e nada é perceptível em termos de reformas ou restaurações.
O projeto arquitetônico, atribuído ao escritório Stockler das Neves, é visivelmente requintado. E se a prefeitura cumprir seu papel de manter esse local histórico, a cidade vai poder usufruir daquele que perdeu o posto de edifício mais alto para o Prédio Martinelli.
As rápidas transformações do início do século XX coincidiram com o extraordinário crescimento da cidade de São Paulo. A arquitetura européia, em 1924, já era outra e logo chegaria à cidade exemplos das novas referências. O “Sampaio Moreira” perdeu o título, mas o prédio aí está, encantador e, mesmo em estado precário enquanto aguarda cuidados, não perde o charme, quase romântico, garantindo a simpatia dos paulistanos.
Passando pela Líbero Badaró, preste atenção. O Prédio Sampaio Moreira merece um olhar mais detalhado. É ele o primeiro “Espigão”, o que deu origem à São Paulo vertical, nossa “Selva de Pedra” tão amada.

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