O Solar da Marquesa de Santos, situado na cidade de São Paulo, foi adquirido em 1834 por Domitília de Castro e Canto Melo, a Marquesa de Santos, que o transformou numa das residências mais aristocráticas de São Paulo.
O Solar foi adquirido pela quantia de onze contos e quatrocentos mil réis, da filha do Brigadeiro Joaquim José Pinto de Moraes Leme, já falecido naquela época. Além de "Solar da Marquesa" o edifício também é conhecido como "Palacete do Carmo".
Devido a suas características arquitetônicas, pode se supor que este edifício seja um representante remanescente da última metade do século XVIII e é considerado hoje como o último exemplar de arquitetura residencial urbana do século XVIII.
O Solar passou, entretanto, por diversas mudanças de uso e a várias reformas, recebendo acréscimos e modificações sucessivas. Em meados do século XIX, presume-se, passou a contar com a sua atual atual feição neoclássica e por volta das décadas de 30 e 40 do século passado teve seu anexo construído em etapas.
A partir de 1975, passou a abrigar as atividades da Secretaria Municipal de Cultura, foi interditado em 1984 por motivos de segurança e somente em 1991 o Solar foi submetido a um processo de restauração que possibilitou que o edifício voltasse a ser aberto ao público.
Os diferentes usos e adaptações sucessivas levaram à descaracterização do imóvel, exigindo sua recuperação, que teve início em 1991. As pesquisas, que embasaram o projeto e as obras de restauração, revelaram não ser possível reconstituir qualquer estágio de construção dentre os vários pelos quais passou o Solar. Deste modo, o restauro realizado, conforme normas internacionais para intervenções em bens histórico-arquitetônicos, procurou preservar e destacar elementos de suas várias etapas construtivas: a conservação dos amplos ambientes do andar térreo, resultantes das diversas demolições, a preservação no pátio interno de vestígios remanescentes da calçada do século XVIII e a demolição de intervenções da década de 1960.
O pavimento superior conserva até hoje paredes de taipa de pilão e pau-a-pique do século XVIII e mantém as características ambientais das intervenções do século XIX, como forros apainelados, pinturas murais e artísticas e pisos assoalhados, entre outras. Trechos de diversas paredes foram deixados aparentes, com o intuito de informar sobre as antigas e as novas técnicas construtivas encontradas no Solar, como a taipa de pilão, o pau-a-pique, a taipa francesa e a alvenaria de tijolos. Quanto ao tratamento dado à fachada, optou-se por conservar sua feição neoclássica, já incorporada à paisagem do centro.
O Solar da Marquesa de Santos, abriga atividades museológicas e a sede do Museu da Cidade de São Paulo.
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